Depois de anos de omissão, uma das primeiras coisas que retomei em minha vida foi o ato de escrever... Inclusive, ele muito me ajudou no processo de "volta". A escrita sempre foi a forma em que eu melhor consegui desabafar e transmitir o que penso. Parar de escrever representou para mim deixar de me expressar, e isso foi uma estagnação de anos... Mas devagar estou retomando esse hábito e finalmente tomei "coragem" (lê-se: vergonha na cara) para voltar oficialmente... Eu já estava escrevendo em outro espaço sobre um assunto específico, mas sentia necessidade de voltar ao meu "habitat natural" e falar sobre outras coisas. Pois eu sempre gostei de falar sobre muitas coisas, dar a minha opinião sobre o que vejo no mundo...
"...eu quero que a minha voz seja ouvida. Não por vaidade, ou achar ela bonita. É porque eu carrego no peito a esperança de melhores dias" Criolo (Cerol)
Pensei muito se voltaria a escrever aqui ou se deveria ir para outro espaço, pelo fato da última postagem ter sido a muito tempo e por opiniões contidas nela (e em outros textos) não me representarem mais. Mas aí me veio: o que sou eu, senão uma junção de várias coisas desconexas que se conectam, se completam e se contradizem... uma colcha de retalhos, sendo cada experiência, cada vivência, cada fase, cada decepção, cada dor, cada vitória uma parte de mim? E tudo isso é responsável pela minha construção como ser. É claro que algumas coisas foram ficando para trás (thanks for gosh, né?), mas em algum momento foram importantes para a formação de mim mesma...
Eu sempre fui muito emoção. Então meus textos muitas vezes eram lavação de roupa suja interna... Era uma forma de desabafo, nem sempre justa, mas era o modo que eu encontrava de botar pra fora toda aquela angústia que era só minha. Muitas vezes estava sendo imatura, egoísta, destrutiva, revoltava... Mas na maior parte do tempo era só fuga mesmo...
"Quero salvar o mundo, pois desisti da minha família e numa luta mais difícil a frustração vai ser menor". Emicida (Hoje cedo)
Primeiro eu queria mudar o mundo, daí o nome do blog. Sim, eu sentia dentro de mim um incômodo tremendo por ver as coisas do jeito que são e não fazer nada. Desigualdade social, fome, guerras, miséria, violência, preconceito... A minha angústia por não poder fazer nada me motivava a escrever. Só que eu não percebia que isso era uma forma de fuga também... Queria abraçar o mundo e esquecia justamente de mim. Esqueci de me amar. Jesus falou: "ama o próximo como a ti mesmo". Como a TI mesmo. Não ama o próximo e esquece de ti... Pois se não aprendeu nem a se amar como amar o próximo? Como dar algo que não se tem? Como dar o próximo passo, sem antes dar o primeiro?
Então veio a dificuldade que resultou dessa anulação e a treta foi grande... Tão grande que perdi o gosto de lutar pra salvar o mundo, mas fiz de uma pessoa o meu mundo e minha missão passou a ser mudar ela... kkkk... Ou seja, continuava procurando fora o que só podia encontrar dentro!
Teve uma hora que meu sofrimento estava tão grande que eu sentia raiva do mundo. Eu me sentia traída. Tipo assim: "caramba mundo, eu sempre me compadeci de todas as suas dores, sempre quis ajudar todo mundo e agora que tô sofrendo não aparece ninguém pra me ajudar? Mas também, um bando de tapados que não ajudam nem a si próprios... São explorados e ainda defendem seus opressores. Tem mais é que se fu*** mesmo. Eu é que não vou mais gastar meu tempo tentando ajudar quem não tá nem aí pra mim". Foi bem isso meu ultimo texto: Até.
Percebo que eu já tinha noção da minha visão deturpada (claro, com uma visão exacerbadamente pessimista, menosprezando experiências que tiveram determinada importância em momentos da minha vida), mas invés de encarar de frente o problema acabei trocando seis por meia dúzia... kkk
Hoje eu sei que não mudamos nada de fora pra dentro, mas só de dentro pra fora. Se eu mudo, o mundo muda. Se invés de fechar a cara eu escolher dar um sorriso isso já pode mudar o dia de alguém, principalmente o meu.
"Tudo estava igual como era antes, quase nada se modificou. Acho que só eu mesmo mudei, e voltei." Roberto Carlos (O portão)
Antes eu me sentia frustrada pois estava esperando o proletariado de todo o mundo se unir para começarmos a revolução. Depois me frustrei pois esperei que alguém correspondesse a expectativas que criei baseadas em idealizações da minha cabeça. Alguma semelhança nisso??? Total né... Em ambos os casos ESPERAR DOS OUTROS. Só uma coisa sobre isso: NÃO ROLA!
Hoje escolho mudar apenas o que eu posso: eu mesma! E não mudar para ser aceita ou agradar "OZOTO". Mas única e exclusivamente para ser feliz.
"Óh! Isso é egoísmo!"
Só uma coisinha: onde é que já se viu pessoas tristes e deprimidas mudando alguma coisa? Ajudando alguém?
É claro que nem sempre a vida nos permite sorrir, mas convenhamos: gente infeliz não muda o mundo (nem p**** nenhuma). A linha entre a sanidade e a loucura humana é muuuito tênue. Para se fazer algo de bom para o mundo você tem que estar muuuito bem consigo mesmo, senão não dá conta. Até porque você estará nadando contra a corrente, enfrentando interesses de quem quer manter a "ordem", e isso desperta fúria e perseguição. Como dar conta de uma bucha dessas se você for seu próprio inimigo interno? Ser infeliz é a maior auto sabotagem que se pode cometer...
"Sem GPS pra vitória cada um faz seu destino!"
Criolo (Plano de voo)
Voltando a ser vc...isso é muito bommm...é nega...só por hoje eu to "puta" com esse planeta...putice pe bom né..putice muda o mundo..hehehehehe
ResponderExcluirPutice com a gente mesmo, que nos faça mudar o que podemos sim, mas putice com o que não depende da gente é não aceitar o agora... kkk
ResponderExcluir...putice com as situações se bem canalizada nos fazem ter ótimas idéias...hehehehe
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