A pré-coleta

Nossa, finalmente consigui um pouquinho de tempo para voltar a escrever! Como disse em postagem anterior, estou trabalhando no Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Finalizamos, pelo menos aqui em Belo Oriente, a parte da Pré-coleta de dados. Isso implica dizer que já registramos todos os endereços e os passamos para a central do IBGE. É claro que temos outras coisinhas para fazer ainda até o início da coleta propriamente dita, mas a parte, digamos, mais "bruta" da pré, já fizemos! =)
Nossa, e como foi "bruta" a coisa, viu? Rsrs... Cada morro para subir (e consequentemente descer depois né), lugares não pavimentados, esgoto de casas caindo no meio da rua, lixo entulhado... Isso não foi na maioria dos lugares, na verdade, mas não dá pra dizer que não houve. O que mais me tocou foi quando passei num barraquinho feito de pedaços de madeira e outros restos e vieram umas quatro ou cinco crianças, além do pai delas. Perguntei à ele o número da casa (pois não tinha identificação) e ao me despedir as crianças me chamavam de tia. Rsrs... foi engraçado e triste ao mesmo tempo. Tive vontade de fazer alguma coisa por aquelas crianças tão doces de sorrisos fáceis, aparentemente tão carentes de tudo a ponto de fazerem laços de carinho em tão pouco tempo...
E os cachorros? Gente, passamos aperto demais com eles! A gente passava no meio da rua e não é que os danados saíam de dentro de casa para latir pra gente? Isso quando não ameaçavam avançar mesmo! Teve uns que até chegaram a correr atrás de nós! Kkkkk... Nem acredito que consegui sair ilesa sem nenhuma mordidinha... rsrs... Estou rindo (porque sou muito boba mesmo) mas é um problema sério! Além dos cachorros que moram na rua tem muitos donos qe deixam seus cães livres por aí, pegando e passando doença, mordendo os outros...
Mas tudo valeu a pena, e ainda está valendo. Agora, vou à pé pra qualquer lugar, tudo pra mim é pertinho. Rsrs... Mas falando sério agora, apesar dos pesares estou gostando muito dessa experiência. Sei que através do meu trabalho e dos meus colegas ACS's e ACM's (além dos recenseadores que logo estarão aí ralando também) o governo verá a realidade da qualidade de vida dos brasileiros e a partir daí, poderá tomar providências. Para quem não sabe, as verbas, políticas públicas, tudo leva em conta os resultados apresentados pelos censos. Daí a importância do nosso trabalho ser minuncioso!
Ai, depois escrevo mais.... 
(fotos de Pepétuo Socorro, distrito de Belo Oriente. Local onde moro e onde trabalhei durante a pré-coleta)

Comentários

  1. Passei pelas mesmas experiências que você quando eu trabalhei em campanhas políticas e entrega de panfletos pra pizzaria ou meu próprio comércio anos atrás.Vemos cada situação terrível e daí é que damos mais valor ainda ao que temos, não é verdade/?

    Bjão Ellenzita, te adoro.

    Sucesso sempre!

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  2. Ellen, um psicólogo de longa data, ou um maluco, disse que se matássemos todas as pessoas acima de dez anos de idade ainda assim a corrupção e o ataque ao meio ambiente continuaria na mesma medida.

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  3. Pode ser Aristeu, mas o que isso tem a ver com o que foi dito no texto?
    Eu apenas disse que as decisões para divisão de verbas e etc são tomadas com base nos dados fornecidos pelo IBGE e que eu estou fazendo a minha parte. Claro, estou recebendo para isso, não estou fazendo caridade mas estou sendo digna ganhando meu sustento honestamente e contribuindo para meu país. Não posso afirmar que a qualidade de vida dos brasileiros irá mudar de uma hora para a outra, aliás é óbvil que não vai. Mas aos poucos, principalmente durante o governo Lula, esta tem melhorado sim. Não sou "lulista", nem petista... mas sou realista. Dizer que político é tudo a mesma coisa é ignorância. Existem pessoas que realmente querem fazer coisas boas. Generalizando acabamos desestimulando essas pessoas e estimulando os corruptos, que não são poucos...

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  4. Aliás, o IBGE é um órgão federal e, por tudo que percebi até hoje, muito sério! Todos os meus superiores são rígidos e preocupados em cumprir metas e prazos. Não é porque são funcinários públicos efetivos que deixam tudo a deus dará. Muito pelo contrário. Por isso eu ainda tenho fé que as coisas possam melhorar. E, mesmo que eu esteja enganada, prefiro pensar assim... Cada um se apega a algo em que faça sua existência fazer algum sentido, né?

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