Tristeza, raiva e indignação

Não gostaria que esse blog se tornasse um meio de retratar só coisas tristes, mas não posso deixar de escrever sobre o que vejo e, principalmente, sobre o que sinto. Domingo, dia 07 de fevereiro, estava assistindo o Fantástico quando uma reportagem me marcou profundamente (e digo isso sem medo de parecer ridícula). Em 2007 o programa havia mostrado a história de Alcides do Nascimento Lins, um jovem pobre, filho de catadora de lixo e que graças a essa mãe batalhadora e ao próprio esforço e inteligência, passou no vestibular da UFPE, universidade federal, uma das mais concorridas do país, para o curso de biomedicina. Senti-me tão bem ao ver uma pessoa humilde conseguindo vencer essas barreiras da injustiça social e, mesmo sabendo se tratar de uma exceção, prestes a mudar de vida para melhor. Mas fiquei paralisada de tristeza, raiva e indignação quando mostraram o que aconteceu com ele. Dia 05 de fevereiro a vida desse jovem honesto, batalhador e cheio de sonhos foi abruptamente interrompida levando dois tiros na cabeça em frente de casa. O motivo? Os dois bandidos procuravam outro rapaz, também morador da comunidade onde vivia e, como não o encontraram, atiraram em Alcides e foram embora. Foi isso que mais me perturbou: se ele tivesse sido confundido ainda seria inaceitável, claro, mas terem matado simplesmente por que não encontraram o outro?! Isso é mais que um absurdo! Acabar com a vida de uma pessoa totalmente inocente, sem motivo algum!
Sei que isso, infelizmente, acontece todos os dias. Muitos inocentes são mortos friamente, mas mesmo assim, não consigo entender como alguém pode ser tão cruel! Como? Por quê? Por que justo ele, que venceria na vida e poderia ajudar sua mãe? Por que justo essa mãe, que contrariou todas as previsões e conseguiu colocar dois filhos em universidades federais (a irmã de Alcino também passou na UFPE esse ano), tinha que passar por essa tristeza sem tamanho que é perder um filho? Não sei, nunca saberemos. Muitos podem dizer que isso é plano de Deus ou destino, mas só consigo dar um nome a isso: INJUSTIÇA. Não só social, pois essa Alcino conseguiu vencer, mas injustiça da vida (do destino, de Deus, seja o que for).

Comentários

  1. Concordo plenamente,isso é uma grande injustiça.
    e agora qm fez isso está por aí...solto,rindo e matando outras vítimas!
    QUERIA APENAS QUE NO BRASIL HOUVESSE JUSTIÇA!

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  2. Normal, apenas mais um para as estatísticas... Bem a cara do Brasil msm...

    Obs.: Tô comentando um mês dpois + antes tarde do q mais tarde ainda... rsrs Nem sabia q vc tinha outro blog, bem legal, qdo tiver atualização vc me avisa...

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  3. Heitor, certo dia um cara disse: "se você treme de indguinação diante de uma injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, então somos companheiros."
    Infelizmente você não pode se considerar companheiro de Ernesto Guevara, mas eu sim.

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  4. Com certeza Che foi um revolucionário e eu o admiro muito, mas naum creio q seria o socialismo ou qualquer outro método de governo q irá mudar o Mundo...

    A desigualdade social está na natureza do homem, nada vai mudar isso...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Isso de certa forma prova, que o mal e/ou o bem, é coisa exclusiva da humanidade, não de seres imaginários. Até mesmo por que se houvesse as duas forças imaginárias (mal/bem) haveria um equilíbrio. Esse equilíbrio na prática social nunca ocorreu.

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